Foto: Ronald Mendes (BD - 18/12/2013)
Muita especulação e poucas informações marcaram a segunda-feira do mercado econômico no país, a partir do anúncio de venda de 80% das operações do grupo Walmart no Brasil para o fundo de investimento Advent International.
A verdade é que o grupo de varejo norte-americano já vinha há algum tempo reformulando seus negócios e buscando uma solução para as suas operações no Brasil e em outros países. Em abril, cedeu o controle da Asda no Reino Unido para a concorrente local J. Sainsbury por cerca de R$ 3,7 bilhões.
O valor da venda por aqui não foi divulgada. A varejista norte-americana manterá a participação nos 20% das operações após a conclusão da transação, que está sujeita à aprovação regulatória no Brasil. O Walmart espera registrar uma perda líquida em seu balanço do segundo trimestre de R$ 4,5 bilhões, sem efeito no caixa da empresa.
No balanço da negociação, o que o consumidor poderá esperar daqui para a frente? Isso a Walmart não respondeu nesta segunda-feira. Também não disse se manterá todos os seus mercados abertos, nem se seguirá a mudança de nome que já vem ocorrendo. No Estado, o Big e o Nacional estão adotando a bandeira Walmart.
O comprador é uma firma global de "private equaty", ou seja, uma companhia privada de investimento que adquire o controle de empresas já estabelecidas e amadurecidas. No Brasil, onde atua desde 1997, a Advent já investiu em mais de 30 empresas. A mais conhecida delas para nós, gaúchos, é a rede de lojas Quero-Quero. No mundo, já realizou 40 investimentos no segmento de varejo em 14 países.
- Acreditamos que, com nosso conhecimento do mercado local e expertise em varejo, poderemos posicionar a empresa para gerar resultados expressivos e alcançar novos patamares de sucesso no Brasil. Planejamos investir no negócio e trabalhar com a equipe da empresa para criar um ambiente mais ágil e moderno, a fim de acelerar o seu desenvolvimento e melhorar a experiência do consumidor - diz Patrice Etlin, um dos diretores da Advent International, em comunicado ontem.
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3º no ranking nacional
Embora seja o terceiro do ranking brasileiro, o Walmart fica distante de Carrefour e GPA, este último sem operação em Santa Maria. O faturamento no Brasil ficou em torno de R$ 28,2 bilhões em 2017, bem atrás dos dois primeiros, que rondam os R$ 50 bilhões cada, segundo a Abras, a associação do setor de supermercados.
Para especialistas no setor, o grupo norte-americano vem amargando com ineficiência e conflitos trabalhistas no Brasil há bastante tempo. Uma das primeiras ações, divulgadas ontem, é que os mercados da rede darão fim à política de "preços baixos todo dia".
Presente no Brasil há 22 anos, a rede Walmart Brasil tem 438 lojas em 18 Estados, com 55 mil funcionários. Em Santa Maria, possui dois hipermercados Big, um supermercado Nacional e o Maxxi Atacado, onde também há um posto de combustíveis. No mundo, o Walmart atua em 28 países com 11.610 lojas.